Mais Exercício Físico, Menos Remédio

mais remédio, menos exercício

Quer gastar menos com remédios? Ter mais saúde?

Exercício Físico é a solução!

“Mais Exercício Físico, Menos Remédio” ganha cada vez mais espaço na conduta profissional para prevenção e tratamento das doenças crônicas na população mundial.

Uma luta contra o hábito das pessoas de consumir remédios antes de mudarem seu estilo de vida e uma luta contra a indústria farmacêutica. Essa campanha ganha cada vez mais espaço com a conscientização da população e a conduta dos profissionais da saúde prescrevendo o exercício físico como terapêutica.

Desde 2010 o consumo final de medicamentos pelas famílias (medicamentos comprados) superam em muito os gastos governamentais com medicamentos (Sistema Único de Saúde: SUS). No último levantamento do IBGE (2019), os gastos familiares passaram dos R$100 milhões, enquanto o governo contribuiu em torno de R$9 milhões, indicando o uso e abuso de medicamentos.

remédios em excesso fazem mal. Mais Exercício Físico, Menos Remédio
Uso e abuso de medicamentos nos tempos modernos.

Especificamente nos gastos das famílias, muitos medicamentos são obtidos sem a devida prescrição ou aconselhamento médico. Além disso, seu uso é excessivo e, muitas vezes, desnecessário quando o estilo de vida saudável já seria o suficiente. Existe a falsa impressão do medicamento curar a doença de maneira rápida, quando na realidade, em grande parte dos casos, está somente reduzindo os sintomas. Sem contar as situações de seu uso agravar a doença levando a casos mais graves de internação, danos irreversíveis ou até mesmo o óbito.

atividade física é saúde. Mais Exercício Físico, Menos Remédio
Exercício físico é saúde!

Hoje, inúmeras doenças são tratadas com o exercício físico que quando bem prescrito pelo profissional da educação física, além de terapêutica efetiva, torna-se uma atividade prazerosa. Existem centenas de evidências contundentes na literatura científica mostrando que a inatividade física é um problema de saúde pública ao mesmo tempo que o exercício físico serve como terapêutica efetiva não-medicamentosa.

A inatividade física é o quarto principal fator de risco para mortalidade (Organização Mundial de Saúde, 2009). Em um levantamento de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) observou que aproximadamente 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas com a prática de exercícios físicos. Vale lembrar que a inatividade física é um dos principais motivos de gastos em saúde. Pessoas inativas fisicamente aumentam o risco de mortalidade por todas as causas em até 30% em comparação aquelas que praticam pelo menos 30 minutos de atividade física de intensidade moderada na maioria dos dias da semana.

inactivity 4th cause of mortality
World Health Organization. (‎2009)‎. Global health risks : mortality and burden of disease attributable to selected major risks. World Health Organization.
Fonte/Source: https://apps.who.int/iris/handle/10665/44203

Estudos mostram que 30 minutos de atividade de intensidade moderada por dia contribuem para uma vida mais saudável, incluindo a redução do risco para eventos cardiovasculares, diabetes e câncer, dentre outros benefícios. Ou seja, o exercício físico entra como “remédio” na prevenção e tratamento das doenças crônicas. Em 2018, o “Physical Activity Guidelines Advisory Committee” divulgou um relatório científico, o “2018 Physical Activity Guidelines Advisory Committee Scientific Report”, no qual reuniu as principais evidências científicas sobre os benefícios do exercício físico na saúde física e mental, esse relatório você pode acessá-lo aqui. Outro estudo interessante, de Thompson et al. (2020), elencou os efeitos do exercício físico na qualidade de vida, saúde e na prevenção e tratamento das doenças crônicas que você pode visualizar nas Tabelas abaixo:

Benefícios de Saúde Relacionados à Atividade Física para a População Geral e Populações Selecionadas.
Benefícios de Saúde Relacionados à Atividade Física para a População Geral e Populações Selecionadas.
Fonte/Source: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7444006/pdf/10.1177_1559827620912192.pdf
Benefícios de Saúde Relacionados à Atividade Física para a População Geral e Populações Selecionadas. Parte 2.
Benefícios de Saúde Relacionados à Atividade Física para a População Geral e Populações Selecionadas (continuação).
Fonte/Source: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7444006/pdf/10.1177_1559827620912192.pdf

Esses estudos apoiam a campanha “Exercise Is Medicine” (“Exercício Físico é Medicamento”) do American College of Sports Medicine, que falaremos mais no próximo subtópico desse post.

O exercício físico é uma atividade bem democrática com centenas de modalidades à disposição, além de quase todos os indivíduos poderem praticar, desde o sedentário ao indivíduo hospitalizado, neste último caso existem condições específicas e um maior supervisionamento da atividade, mas que em outro momento falaremos mais a respeito. O indivíduo estando apto a realizar, se for de seu gosto pessoal é melhor ainda e, claro, bem prescrito e feito, resultará em uma constelação de benefícios à saúde. Apesar de termos fatores genéticos, ambientais (intempéries da natureza) e, por vezes, médicos, de longe o fator mais importante é o comportamental, é o estilo de vida que terá maior peso para uma vida saudável e longeva. O exercício físico entra justamente no estilo de vida!

Com o “Mais Exercício Físico, Menos Remédio”, as pessoas farão do exercício físico a principal conduta terapêutica antes de apelarem para o uso de medicamentos. Primeiro a mudança do estilo de vida e, somente se necessário, o uso de medicamentos.

Mais Exercício Físico, Menos Remédio
“Mais Exercício Físico, Menos Remédio”

A campanha “Exercise Is Medicine”!

O American College of Sports Medicine® (ACSM), principal entidade no mundo em medicina do exercício físico e do esporte, possui uma campanha muito boa em que promovem o exercício físico como medicamento. Chama-se “Exercise is Medicine®“, na qual preconizam a prática de exercícios físicos, baseada em evidências científicas e por profissionais qualificados, para promoção da saúde e bem-estar (prevenção e tratamento) de muitas condições médicas. Em outro post falaremos mais a respeito do surgimento dessa campanha, seus criadores, bem como suas conquistas até o momento e projeções para os próximos anos.

Exercise Is Medicine. Mais Exercício Físico, Menos Remédio.
Fonte: Exercise is Medicine® do American College of Sports Medicine®.
https://exerciseismedicine.org/assets/page_documents/EIMFactSheet_2014.pdf

Ainda falando em American College of Sports Medicine®, a entidade oferta cursos presenciais (nos EUA), mas também cursos online (à distância) nessa área, inclusive de fisiologista do esporte. Também possuem revistas científicas para atualização do conhecimento que listei aqui para vocês:

ACSM journals
Revistas Científicas do American College of Sports Medicine (ACSM). Fonte: https://www.acsm.org/

Além disso, o ACSM promove anualmente eventos científicos unindo profissionais de todos os cantos do mundo para trocar informações e atualizações de conhecimento em medicina do exercício físico e do esporte. Vale a pena dar uma olhada nos eventos e se tiver fôlego financeiro, investir na participação e absorção de conhecimento do mais alto nível. Além de enviar algum trabalho científico para apresentar lá, tanto no formato de pôster quanto apresentação oral em inglês, fazer o networking com os principais seres pensantes na área. Dentre os eventos organizados, podemos colocar como o mais importante o “ACSM Annual Meeting & World Congresses” que você pode acessar aqui.

ACSM 2023 Annual Meeting and World Congresses. Congresso referência para saber mais sobre Mais Exercício Físico, Menos Remédio
ACSM 2023 Annual Meeting and World Congresses. Fonte: https://www.acsm.org/annual-meeting/annual-home.

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